] terça-feira, fevereiro 27, 2007
 



só pra dizer uma coisa pra vocês: MINHAMIGA, tá?

UP-DATE
só pra dizer uma OUTRA COISA pra vocês: recebi o meu, já li, e tou aguardando A AUTORA em pessoa pra dedicar. ela própria me disse que eu inaugurei a compra via internerd. tipo assim, ARREBENTANDO OS HÍMEM DA PUESIA.

[ Penkala ] 19:27 ] 0 comentários
 
 
me pergunto muito, mas muito mesmo comé que pode ISSO ou, ainda, ISSO, ser, na verdade, ISSO, ISSO, ISSO, ou até ISSO. me pergunto e ainda não tenho respostas satisfatórias, embora aprecie. mesmo.

Sacha Baron Cohen. busca no images do google ad infinitum.

[ Penkala ] 18:17 ] 0 comentários

 
] segunda-feira, fevereiro 26, 2007
 
GO BIRDIE, GO!

Ok, eu imaginei que o Will ia ganhar. Tipo drama pessoal é bem cotado pros melhores atores, mas Forest Whitaker era minha outra aposta. Na verdade, não vi nenhum dos dois filmes, mas torcia por eles horrores.

Achei também bem bonitinho aquelas paradas com os dançarinos fazendo algo conceitual. Esse ano foi uma coisa bem LANTERNAS CHINESAS,

uma homenagem, acho eu, aos primórdios do cinema (embora ninguém ocidental admita). A apresentação de um quadro sobre efeitos sonoros também ganhou minha consideração. Um coro de muitos cantores fazia com a boca os efeitos sonoros sobre uma série de imagens da história do cinema, as quais passavam no telão, no fundo do palco. O espetáculo do cinema espetáculo é o yes, nós temos bananas dos norte-americanos, e isso é indiscutível.

Ellen DeGeneres como hostess da cerimônia foi genial. O humor dela não é agressivo nem bobo, é inteligente mas simples, sabe?

Leonardo DiCaprio estava excelente apoiando o Al Gore. Não sei por que, mas tive a impressão de que esse ano o chefe foi embora e a festa da firma teve piadas mais honestas e gente mais solta e sincera.

O que ganhou a noite – pelo menos até onde eu consegui ver – foi de longe o Oscar honorário ao Enio Morricone. Não tem como tu di

zer que gosta de cinema sem que isso tenha um pouco de Enio Morricone. Ele é simplesmente o responsável por algumas das muitas melhores trilhas sonoras de cinema de todos os tempos. Pra anunciar a homenagem a ele, Clint-do-ya-punk?-Eastwood (a cada dia, a cada filme, a cada ano melhor) entra com toda sua classe ao som de nada menos que The Good, The Bad and The Ugly. Seria só uma referência não fosse a mesma música que eu escolhi pra ir pegar o diploma, naqueles idos de agosto de 2000, no Cine Capitólio. Me emocionei muito. Morricone, velhinho, sendo traduzido pelo Clint. O que dói é a Celine Dion estragando esse momento lírico cantando logo a seguir, com aquela cara de quem tem dor de barriga na piscina. Eu queria gritar: tirem esse saco de coisa daí e chamem o Morricone de novo!

Enfim, os comentários sobre:


Direção de arte
Dreamgirls - Em Busca de um Sonho

O bom pastor

O Labirinto do Fauno (Lógico! Dá-lhe hermanos!)

Piratas do Caribe 2: O Baú da Morte (Blé)

O Grande Truque


Maquiagem
Apocalypto

Click (????)

O Labirinto do Fauno (Alguma dúvida?)


Curta de animação
The Danish Poet

Lifted

The Little Matchgirl

Maestro

No Time For Nuts


Curta-metragem
West Bank Story

Binta and the Great Idea

Éramos pocos (One too many)

Helmer & Son

The Saviour


Edição de som

Cartas de Iwo Jima (uhu, torço muito pra esse filme!)

Apocalypto

Diamante de Sangue

A Conquista da Honra

Piratas do Caribe: O Baú da Morte (Blé)






Mixagem de som
Dreamgirls - Em Busca de Um Sonho (alguém achou que ia pra outro?)

Apocalypto

Diamante de Sangue

A Conquista da Honra

Piratas do Caribe: O Baú da Morte (Blé)


Ator coadjuvante

Alan Arkin por Pequena Miss Sunshine (bom ator o Alan. Haley estava genial também, mas Alan merece)

Jackie Earle Haley (Pecados Íntimos)

Djimon Hounsou (Diamante de Sangue)

Eddie Murphy (Dreamgirls - Em Busca de um Sonho)

Mark Wahlberg (Os Infiltrados) (que isso? Desde quando?????)


Longa de animação

Happy Feet - O Pingüim (Óbvio. Não tinha dúvida)

Carros

A Casa Monstro


Roteiro adaptado
Os Infiltrados (começou a marmelada)

Borat

Filhos da Esperança

Pecados Íntimos (esse aqui tava excelente, hein? Cadê o merecido prêmio?)

Notas sobre um Escândalo

Figurino
Maria Antonieta (capaz que não? E ponto pra figurinista, que subiu ao palco de tux, fez discurso bonito e ainda agradeceu ao Kubrick pelo aprendizado)

Curse of the Golden Flower

O Diabo Veste Prada

Dreamgirls - Em Busca de um Sonho

A Rainha






Fotografia
O Labirinto do Fauno (weeee!)

Dália Negra (era a única coisa que se salvava nesse filme)

Filhos da Esperança

O Ilusionista (cinematografia a la Barry Lyndon, hã?)

O Grande Truque


Efeitos visuais
Piratas do Caribe: O Baú da Morte (Blé)

Poseidon

Superman - O Retorno


Filme estrangeiro

A Vida dos Outros (Alemanha) (há quanto tempo a Alemanha não ganha esse prêmio?)

After the Wedding

Days of Glory

O Labirinto do Fauno

Water


Atriz coadjuvante
Jennifer Hudson por Dreamgirls - Em Busca de Um Sonho (ah, sério?)

Adriana Barraza (Babel)

Cate Blanchett (Notas sobre um Escândalo)

Abigail Breslin (Pequena Miss Sunshine)

Rinko Kikuchi (Babel)


Documentário de curta-metragem
The Blood of Yingzhou District (a mi me gusta esse prêmio)

Recycled Life

Rehearsing a Dream

Two Hands


Documentário de longa-metragem

Uma Verdade Inconveniente (vamolá, já é um começo)

Deliver Us From Evil

Iraq in Fragments

Jesus Camp (WTF???!?!?!)

My Country, My Country


Trilha sonora

Babel (aham. Muy merecido)

A Rainha

The Good German

Notas sobre um Escândalo

O Labirinto do Fauno


Roteiro original
Pequena Miss Sunshine (eba!)

A Rainha

Babel (merecia também)

Cartas de Iwo Jima

O Labirinto do Fauno


Canção

Melissa Etheridge por Uma Verdade Inconveniente (colé? Só porque é country?)

Listen - Dreamgirls - Em Busca de um Sonho (qualquer uma desse filme merecia mais)

Love You I Do - Drea

mgirls - Em Busca de um Sonho

Our Town - Carros

Patience - Dreamgirls - Em Busca de um Sonho


Montagem
Os Infiltrados (capaz?! Podiam fingir que não era marmelada e dar pro Babel, é? E Diamante...? não ganha nada? Como assim?!?!)

Babel

Diamante de Sangue

Filhos da Esperança

Vôo United 93


Atriz
Helen Mirren por A Rainha (mereceu, eu acho, porque é boa atriz, mas a Judi e a Kate mereciam mais)

Penélope Cruz (Volver)

Judi Dench (Notas sobre um Escândalo)

Meryl Streep (O Diabo Veste Prada)

Kate Winslet (Pecados Íntimos)


Ator

Forest Whitaker por O Último Rei da Escócia (Go Birdie, go!)

Leonardo DiCaprio (Diamante de Sangue)

Ryan Gosling (Half Nelson)

Peter O'Toole (Venus) (Ele merecia, gente. Sempre mereceu!)

Will Smith (À Procura da Felicidade) (Merecia, né?)


Diretor
Martin Scorsese por Os Infiltrados (Mega marmeladão)

Alejandro Gonzalez Inarritu (Babel)

Clint Eastwood (Cartas de Iwo Jima) (Colé? Olha o Clint aqui! Querem dar consolação pelos anos que nunca premiaram o Martin?)

Paul Greengrass (Vôo United 93)

Stephan Frears (A Rainha)


Filme
Os Infiltrados, de Martin Scorsese (Puta marmelada do caramba. Quem achou que não ia ser?)

A Rainha

Babel

Cartas de Iwo Jimma

Pequena Miss Sunshine


















(se esse não é o sujeito mais bonito da cerimônia, então eu não sei o que é)


[ Penkala ] 19:33 ] 0 comentários

 
] sexta-feira, fevereiro 23, 2007
 













procurando por "ocinematographo" no google, achei algumas referências interessantes. uma, NESSE ENDEREÇO, é de um artigo da Raquel. a outra, AQUI, é a de uma referência a um texto que postei aqui. postei a imagem do blog com um dos comentários ao lado. cliquem na imagem acima pra ver melhor e LER.

[ Penkala ] 19:09 ] 0 comentários
 
 
os fabricantes avisam: parar de pintar o cabelo pode provocar aparecimento alucinante de cabelos brancos.

danou-se.

[ Penkala ] 16:05 ] 0 comentários
 
 
avisinho: Este post contém comentários de DÁLIA NEGRA, TERRA FRIA, BONECAS RUSSAS, MUNICH

Esse negócio de corrida do Oscar me aborrece horrores, e é um tal de todo mundo enlouquecido vendo enlouquecidamente os filmes que vão concorrer ao Oscar no ano. Eu, em geral, não assisto um puto filme do Oscar antes da própria cerimônia. Nada especial, mas eu simplesmente não dou muita bola pra assistir os tais filmes antes do Oscar. Não mesmo. Vi só BABEL. No carnaval, fiz um pacotão e resolvi ver numa sentada só alguns dos filmes que eu estou pra ver faz horas e nunca vejo: DÁLIA NEGRA, TERRA FRIA, BONECAS RUSSAS e MUNICH. O que mais par
eceria bobinho foi o que mais cumpriu com o que prometeu. BONECAS RUSSAS, um filme suave, honesto, sem grandiloqüências, sobre chegar aos trinta, sobre encontrar o amor, sobre procurar o amor.

Xavier, o jovem francês que protagoniza a história de ALBERGUE ESPANHOL, volta agora com 30 anos, vivendo as típicas coisas que todos nós, habitantes de metrópoles ou simplesmente cidades menores, mas mais modernas, vivemos aos 30 anos. O trajeto e o próprio objetivo é clichezão – encontrar o amor, buscar o amor – mas o próprio filme se encarrega de arranjar escusas pra isso, porque, afinal, procurar, achar e viver um grande amor, ou até um pequeninho, é um show de clichê. Nessas horas é que a gente fala aquela malfadada frase tipo "te amo, sempre te amei". O filme dá algumas surpresas – pequenas, mas graciosas – pra quem está assistindo de coração aberto e mente desestressada. Uma delas é a própria explicação pro nome do filme (que, no Brasil, ainda bem, foi apenas traduzido, e não esculhambado, como de costume).

O DÁLIA NEGRA, que eu achei que seria "O" filme, que vem sendo mega elogiado, e toda aquela história mega chata de Scarlet Johanson ser uma revelação, e o crime ser real e o filme recuperar uma aura de noir e talicoisa... balela, como diz meu pai. Puta balela do caramba. O filme é todo narrado no melhor estilo AS AVENTURAS DE FORD FAIRLANE, pega emprestado uma aura de LOS ANGELES, CIDADE PROIBIDA, mas não vence o buraco dos clichês mais sórdidos (sórdidos, sacou? Sórdido, filme noir, crime, blá, blá...). O primeiro e mais óbvio clichê é a narração em off do personagem principal. Depois, vem o clichê da luta de boxe, esporte altamente submundo-porém-glamouroso dos anos 40. Chega uma hora que o filme perde tanto o propósito que dá vontade de chorar. Aí chega no finzinho -- quando o mocinho noir, que é sempre um sujeito com algum detalhe... sórdido em seu passado, sempre um solitário e sempre um triste – e há um clímax onde se descobre que a mulher com quem o mocinho se envolveu é do mal (sim, ela fuma e, sim, ela tem um ar totalmente vamp), e onde o mocinho mostra que é um cagalhão, e depois daquilo (de ele não conseguir salvar o amigo porque é um bocaberta) ele vai carregar a culpa pro resto da vida.

Ok, filmes do gênero são justamente uma renovação eterna do clichê. O cinema noir é assim, e a fórmula seguida faz parte da manutenção da narrativa. Mas DÁLIA NEGRA tem mais clichês do que deve, uma história fraca, e termina pior ainda, num daqueles finais de "filme de serial killer", onde o psicopata revela tudo-tudo-tudo e depois se mata. Enfim, uma promessa furada. Duas coisas, no entanto, fazem o filme valer alguns centavos da locação: a fotografia/direção de arte e os cartazes. DÁLIA NEGRA é mais um desses filmes que vão pra minha lista top-top de melhores cartazes/capas.

E os clichês me perseguem, meu deeeeeeeus, como me perseguem. Dessa vez, pelo menos, eu já imaginava a avalanche deles sobre mim antes de pegar o filme. Charlize Theron faz um papel de uma NORMA RAE moderna. Não tão moderna, porque está interpretando uma moça dos anos 80 que vive num mundo (interior dos EUA) onde as pessoas vivem na era das cavernas. E pior que caverna é bem uma metáfora pras pessoas do filme todo, já que a história gira em torno de uma empresa mineradora. A despeito dos clichês, e eles são tantos que nem sei enumerar, o filme conta uma história real e, infelizmente, uma história que não acabou ainda. Charlize é uma mãe solteira que, cansada de ter que engolir o machismo, o abuso, o desrespeito de toda uma sociedade cretina (diga-se, aquilo ali é um microcosmo dos EUA, né? Concordemos, porque é bem isso), decide levantar a voz contra isso. Ela só quer dar de comer aos filhos, sustentar eles sem ter um alpha-male porco nojento e violento que ache que a mulher deve apanhar calada porque é sustentada. O comportamento dos homens é aviltante, incluindo o pai dela, o professor dela e o filho dela. O das mulheres, pior ainda. TERRA FRIA parece muito com aqueles filmes dos anos 80 mesmo, e confirma uma tendência atual (vide os queridinhos do Oscar 2006) dos filmes norte-americanos aos dramas pessoais, tal qual aconteceu a partir do final dos anos 70 (vide GENTE COMO A GENTE, TOOTSIE, KRAMER VS. KRAMER, LAÇOS DE TERNURA). Diferente dos filmes de 70 e 80, no entanto, os dramas pessoais hoje enfocados servem como representação de questões sociais mais abrangentes, como o CRASH e o próprio TERRA FRIA mesmo.

Depois de um certo momento, comecei a acompanhar TERRA FRIA mais como história que propriamente como filme (que é história+narrativa), e engrossei ainda mais todo meu repertório de ódio à opressão e desrespeito com o feminino. Não que devamos ser mais respeitadas, mas devemos ser respeitadas igualmente. No filme, o personagem que é pai da Josie (Charlize) acaba provocando um tipo de reflexão ainda mais séria que o desrespeito às mulheres generalizado: o que mais avilta não é exatamente o desrespeito pelas mulheres (enquanto seres humanos, principalmente), mas o respeito a elas unicamente por elas serem as depositárias da honra de seus homens. Em miúdos, "não desrespeite tal mulher porque ela é esposa de fulano. Desrespeitar essa senhora seria desrespeitar a propriedade inalienável do fulano". Não que ela seja um ser humano com sentimentos.

A mensagem que fica,
pra além dos (muitos) clichês é, aliás, de que um julgamento de abuso, violência, desrespeito contra a mulher é, acima de tudo, um julgamento dos atos dessa mulher. Não importa se uma mulher é estuprada com requintes de crueldade. Se ela for prostituta, solteira e liberal ou for uma jovem divorciada, o estupro deixa de ter valor criminal e desumano e passa a ser um delito bobo, sem grandes problemas. Nesse caso, o pior clichê não é o da narrativa de TERRA FRIA, mas da história de Josie Aimes, que repete a história de muitas de nós. O ônus da prova é nosso, o réu num julgamento de abuso, estupro, assédio, desrespeito, é a mulher. Como uma fórmula batida e modorrenta de Hollywood, começa-se sempre com um lugar comum previsível: "mas que roupas a senhora estava usando?", ou "a senhora tem um histórico de relações frívolas com outros homens"... Numa sociedade de homens que limpam a bunda e dão descarga depois de usarem a privada, nós ainda temos que evitar usar saias pois esses mesmos homens não conseguem segurar seu ímpeto de violação? Um ímpeto que não é dos "irracionais", mas totalmente humano em sua crueldade gratuita.

MUNICH já não cai no festival de clichês dos anteriores, mas antes caísse. Demorou anos pro cineasta mais judeu dos EUA (claro, depois de Woodie Allen) pronunciar alguma coisa a respeito do tema, mas ele escolheu a época pra fazer "seu filme sobre a guerra entre palestinos e israelenses" quase que a dedo. Não podia ser em pior momento. Acaba que MUNICH tem a função dupla de desviar os jovens corações e mentes do mundo para algo que não seja o ataque ao Iraque ou a ameaça norte-americana ao Irã e, também, fincar na história das imagens a opinião de um sujeito respeitado. Todo mundo sabe que Steven Spielberg tem sua opinião pessoal sobre o conflito de cabo-de-guerra com a corda-Israel. Ele é judeu, ele é judeu norte-americano, ele é um ser humano. Como tal, tem direito a sua opinião e a expressá-la O perigo é quando alguém como ele acha mesmo que está simplesmente exercendo seu direito de expressar sua opinião pessoal sobre um assunto extremamente sério desses e nada mais, considerando que quem faz cinema, (de) forma. Prinicipalmente porque, nos EUA, o direito à expressar-se se tornou a última e eterna bandeira, desde que isso não machuque nenhum valor, crença ou idéia patriótica (leia-se: a boa e velha Tradição, Família e Propriedade) deles.


Spielberg tenta, e a gente nota isso. Ele tenta não ser um ser humano falando sobre a opinião que ele deve emitir na mesa de janta com os pais dele. Essa tentativa aparece várias vezes. Mas não rola igual, e ele assina o filme como "cineasta judeu que levou pro lado pessoal". Por isso que é tão perigoso o fato de que os palestinos não são mostrados como monstros no filme. O fato de tentar mostrar que os palestinos também têm seus motivos pra lutar acaba piorando tudo, e num certo momento os judeus (na figura do cineasta-spielberg) aparecem como tão legais, mas tão seres humanos super gente boa, que são capazes de compreender os motivos dos palestinos. O que Grace, do ótimo DOG VILLE, representa lá naquela vila no meio do nada, Spielberg (dessa vez como Avner, o personagem de Eric Bana) representa perante o mundo agora: "tanto somos os mocinhos da história que, apesar de tudo, temos drama de consciência em destruir o inimigo". No fim das contas, o filme não passa de um bardo em favor dos israelenses, como se os judeus norte-americanos precisassem de mais esse combustível para serem intocáveis, de um drama histórico extremamente cheio de pudicícias toscas. Algumas dessas pudicícias chegam a ofender, já que continua sendo mais obsceno mostrar duas pessoas peladas em contato epidérmico que a cabeça de alguém explodindo com um tiro. O cinema norte-americano firma a cada filme nos últimos anos sua incrível capacidade de versar sobre os assuntos mais espinhosos. E a cada filme, demonstra que estão muito a frente em se tratando de compreender o quanto imagens em movimento são capazes de estabelecer verdades.

[ Penkala ] 15:29 ] 0 comentários

 
] quinta-feira, fevereiro 22, 2007
 



Vi PECADOS ÍNTIMOS no cinema. Pelo que falavam, ou pelo trailer, ele parecia mais um CLOSER estilo classe média norte-americana. Só que não é. PECADOS ÍNTIMOS, título que passa uma idéia muito diferente do que realmente é (o original, LITTLE CHILDREN, Crianças Pequenas, é totalmente adequado ao tema tratado pelo filme), conseguiu fazer uma fábula da vida moderna, adulta, que contasse uma história pra lá de comum a todos nós: a busca da felicidade. É muito interessante a maneira como o filme é narrado, em off, por uma voz que parece realmente vinda de um narrador de contos de fadas infantis. A idéia é essa, e aqui o título original ganha força. Outros tons de fábula estão em partes como quando Brad fala sobre Sarah, sobre ela ter pêlos de mais na sobrancelha. Cada detalhe que Brad aborda é acompanhado com um didático plano de pormenor daquilo que ele descreve. A referência à fábula romântica é coroada (perdoem o trocadilho) pelo apelido que as três mulheres patéticas dão a Brad: Rei do Baile.

Me chamou a atenção a sutileza de PECADOS ÍNTIMOS, que acerta em cheio em alguns calos, contorna outros, expõe, ainda, outros, com doçura e competência. Brad é um pai moderno, desempregado, cuidando do filho pequeno. É o sonho de toda mulher e, principalmente, das housewives patéticas da classe média norte-americana que têm filhos porque é preciso casar e ter filhos. Ele é bonito, “sarado”, real, mas principalmente um pai carinhoso que leva o filho à pracinha e brinca com ele (ao contrário das dondocas, que apostam sua felicidade e competência enquanto mulheres no burocrático cuidado e observância de horários e regras para os filhos). Brad é a promessa. Promessa de um sexo maravilhoso, de um lar feliz, de um alento em suas vidicas medíocres com seus maridos sem sal. Mas, acima de tudo, Brad é a promessa de felicidade que a ancestralidade da mulher anseia: um bonito, jovem, saudável e carinhoso pai. Funciona mais ou menos assim: “com um homem desses, eu seria uma mãe perfeita, teria filhos a dar com pau”.

Apesar dos tempos, e de toda literatura lida, e da experiência, e de ter mestrado, Sarah até acredita que Brad possa realizar o desejo mais carnal e profundo que seu corpo exala e que seu olhar desesperado e triste esconde, mas não acredita que ele queira uma vida a seu lado. Ele, bonito, saudável, perfeito, bom pai, aceita e aprecia a idéia de fugir com ela, embora ela esteja prestes a abandonar aquelas gotas de felicidade extra-conjugal vespertinas. A felicidade adúltera deles também nos ilude com sua indecente ingenuidade quando vemos nos encontros na piscina o sonho de um casal feliz com seus filhinhos pequenos e ainda cheirando a lençóis com amaciante.

Toda uma série de metáforas, simbologias, universos é impedida de decantar no fundo dos copos durante esse filme. As metáforas e simbologias e analogias e sinais piscam durante esse longa, sempre narrado com uma voz suave do homem que parece que vai dizer “E então, Chapeuzinho Vermelho...”. A mais poderosa, talvez, seja a da história do maníaco exibicionista que atentará violentamente ao pudor das crianças pequenas, filhos desse subúrbio calmo e inabalável. Ronnie é o monstro do conto de fadas, o lobo da fábula, a horrenda personificação do mal na forma de um franzino e horripilante homem estranho de olhos desgraçadamente azuis. A cena em que ele provoca histeria coletiva na piscina é magistral, lembrando comicamente o Tubarão, um eterno código cinematográfico que sempre marca a visão subaquática das pernas em frenesi que o predador acompanha com olhos ansiosos.

Não há finais felizes nesse conto médio sobre uma vida úmida e morna do branco-classe-média-com-30-anos. É agridoce o final do filme, ou talvez deixe na boca um tom ferroso de sangue. E triste, muito triste. Um triste magnificamente representado nos olhos claros de cada um dos personagens principais, que eternizam essa farsa ocidental dos corpos brancos, dos olhos azuis, das casas bonitas e dos empregos promissores.


[ Penkala ] 20:32 ] 0 comentários

 
] terça-feira, fevereiro 20, 2007
 










deixa eu falar um negócio pra vocês. meu afilhado, ele (bem na esquerda, minha irmã, que não é a mãe do meu afilhado). ele tem sete anos, adora cachorro, tem um acervo de 80 filmes em casa, quando ele tira uma coisa do lugar, ele coloca de novo no mesmo lugar e se preocupa com isso, ele demora 30 minutos no banho e quando a gente diz: "cabô teu tempo. em dois minutos tu tem que estar seco, vestido e fora daí", ele aparece em dois minutos. seco. vestido. e com o chão seco.

hoje detarde, vimos AS BICICLETAS DE BELLEVILLE.


a comida preferida dele é batata frita.

UP-DATE: embora eu não possa ensinar muito mais ao Bruno hoje em dia, já que ficamos sem nos ver por um ano, em geral; e consciência ecológica é uma coisa que se ensina aos poucos e no dia-a-dia; eu já ensinei ele que banhos longos são desperdício, viu, Carla? apesar disso, é necessário muito mais que vontade de ensinar ecologia quando se lida com as coisas que as crianças acham que são extremamente necessárias. eu fico contente porque muita coisa que ele faz hoje é do tempo que ele tinha 3 aninhos e eu evitava dar presentes caros e inúteis e dava filmes ou contava histórias legais. estou ensinando algumas coisas pro Bruno por meio do cinema, que é a linguagem que ele entende. porque tem isso: tem que se descobrir qualé a língua que a criança fala e falar na língua dela. é uma pena que eu seja apenas uma dinda distante um ano luz dele.

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[ Penkala ] 02:07 ] 0 comentários

 
] sexta-feira, fevereiro 16, 2007
 















eu adoro isso. "golpe". "golpe" numa interface. tão legal. "não é um golpe". sen-sa-cio-nal.

[ Penkala ] 16:54 ] 0 comentários

 
] segunda-feira, fevereiro 12, 2007
 
















faltava singeleza no cinema quando m. night shyamalan fez A DAMA NA ÁGUA. não que não falte mais. singeleza é sempre bom. mas agora não falta mais tanto.
cinema de autor tálí naquele diretor, que, como Alfred, teima em aparecer nos próprios filmes, mas, ao contrário do inglês, m. night aparece bem, de forma geral.
tenho o costume de não querer nem saber sobre o filme quando eu tou a fim de ver. não quero que impressões (ruins ou boas, de opiniões alheias ou minhas) estraguem a experiência de ver o filme. então que fui prA DAMA NA ÁGUA totalmente virgem. a única coisa que eu sabia sobre era o diretor, que o paul giamatti protagonizava e que era mais ou menos uma história de fantasia.
mas eu tive, pelo trailer (maldito! por isso também odeio ver trailers), uma impressão errada. pensei ser um suspense, talvez um terror. nunca uma bonita e lírica fantasia urbana, simples, potente em sua adaptação do universo mágico praquilo que a gente vê de mais mundano na vida moderna: um prédio de apartamentos e seu PÁTIO! mundano não. diria prosaico.

a maneira como a história é conduzida é duplamente maravilhosa. primeiro, porque o roteiro (o roteiro cinematográfico e o próprio argumento original do m. night, que também pode ser chamado de um bom contador de histórias) é muito bonito e bem construído. depois, porque o filme em si -- e com isso eu falo de imagens, cor, luz, montagem, trilha sonora, ângulos de câmera, etc. -- mostra um trabalho de direção primoroso.

é bonito ver como o shyamalan constrói uma história sobre um mundo tão comum e ao mesmo tempo tão infinitamente cheio de possibilidades (porque o mundo das crianças e de quem se deixa ser criança é, sim, cheio de portas abertas). as personagens são especialmente importantes. estamos falando em fantasia, e nesse universo elas são cruciais. os heróis urbanos de shyamalan (seria auto-referência, pra CORPO FECHADO, ou seria um tema recorrente em m. night?) são essas pessoas que têm poderes totalmente humanos, mas que num universo de gente besta, acaba parecendo mesmo extraordinário.

não dá pra dizer que o filme é pra criança. crianças compreenderiam tudo muito cedo e talvez pensassem "e daí? filme realista é tão sem magia!". é um filme pras pessoas relembrarem como é pensar como criança. pistas disso o diretor dá em vários momentos, como quando a irmã da personagem que ele próprio interpreta ensina à STORY, a ninfa, como falar sem se trair; ou quando Cleveland (Giamatti) se comporta feito criança pois só assim será digno de receber da senhora oriental alguns detalhes a mais sobre a história que ele agora vive na realidade.

A DAMA NA ÁGUA é uma história original de m. night shyamalan, que ele inventou, contou, escreveu e ilustrou pras suas filhas. é uma história de um pai pra seus rebentos. singela, verdadeira e tão simples e por isso mesmo tão bonita. grandes épicos nunca me atraíram. histórias fantásticas feito O SENHOR DOS ANÉIS decerto são bem engenhosas, e filmes que se originam delas também tendem a ser tecnicamente perfeitos. mas são adultos demais e hollywood demais. com uma caixa de papelão, uma criança de 8 anos constrói um carro superveloz e cheio de truques, que viaja sem combustível pelos lugares mais íngremes. quando cresce, o ser humano precisa de alguns 50 mil pra poder comprar um carro super-ultra. talvez o dobro pra que ele vá pelos caminhos mais impossíveis. e nem vendendo a mãe ele consegue um que viaja sem combustível. hollywood é assim. faz as coisas mais incríveis com a grana mais alta, mas mesmo que largue a grana, não consegue fazer nem um décimo das coisas incríveis. isso é pra poucos, e o shyamalan me gusta por isso. ele consegue fazer bons filmes com o mínimo. e com histórias singelas. basta dar ao sujeito uma caixa de papelão.

[ Penkala ] 18:29 ] 0 comentários

 
] domingo, fevereiro 11, 2007
 
só. porque. eu. não. gosto. de. matemática. e. química.// nhé.
I am nerdier than 51% of all people. Are you nerdier? Click here to find out!

[ Penkala ] 16:35 ] 0 comentários
 
 
Ajude a manter a Wikipédia no ar - mesmo sem colocar a mão no bolso!
O BR-Linux.org lançou uma campanha para ajudar a Wikimedia Foundation a manter a Wikipédia no ar. Se você puder doar diretamente, é sempre a melhor opção. Mas se não puder, veja as regras da promoção do BR-Linux e ajude a divulgar - quanto mais divulgação, maior será a doação do BR-Linux, e você ainda concorre a um pen drive!

[ Penkala ] 13:28 ] 0 comentários

 
] quinta-feira, fevereiro 08, 2007
 
se essa aqui não é uma música triste, então eu não sei o que é. triste do tipo que dá vergonha da gente ser humano. sério. e, o que é pior, muitas pessoas se sentem assim. entendam a música como quiserem, baseados na letra, mas também em quem canta. (O engraçado é que, no início dos anos 90, essa música virou figura fácil nos desfiles de moda e matérias sobre modelos e desfiles. Uma coisa assim nadavê)

It'a a sin
Pet shop boys


Twenty seconds and counting... T minus fifteen seconds, guidance is okay

When I look back upon my life
It's always with a sense of shame
I've always been the one to blame
For everything I long to do
No matter when or where or who
Has one thing in common, too

It's a, it's a, it's a, it's a sin ... It's a sin

Everything I've ever done
Everything I ever do
Every place I've ever been
Everywhere I'm going to
It's a sin

At school they taught me how to be
So pure in thought and word and deed
They didn't quite succeed
For everything I long to do
No matter when or where or who
Has one thing in common, too

It's a, it's a, it's a, it's a sin ... It's a sin

Everything I've ever done
Everything I ever do
Every place I've ever been
Everywhere I'm going to

It's a sin

Father, forgive me, I tried not to do it
Turned over a new leaf, then tore right through it
Whatever you taught me, I didn't believe it
Father, you fought me, 'cause I didn't care
And I still don't understand

So I look back upon my life
Forever with a sense of shame
I've always been the one to blame
For everything I long to do
No matter when or where or who
Has one thing in common, too

It's a, it's a, it's a, it's a sin ... It's a sin

Everything I've ever done
Everything I ever do
Every place I've ever been
Everywhere I'm going to - it's a sin
It's a, it's a, it's a, it's a sin
It's a, it's a, it's a, it's a sin

Confiteor Deo omnipotenti vobis fratres, quia peccavi nimis cogitatione, verbo,
opere et omissione, mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa*


( * ) I confess to almighty god, and to you my brothers, that I have sinned exceedingly
in thought, word, act and omission, through my fault, through my fault,
through my most grievous fault

[ Penkala ] 15:54 ] 0 comentários

 
] segunda-feira, fevereiro 05, 2007
 
TROGLODITA,
do grego trooglodytes,
formado pelas partes troogli = caverna,
e dytis, derivado de dyno = habitar

TROGLODITA,
que mora em uma caverna

em geral, TROGLODITAS não sabem pronunciar TROGLODITA

[ Penkala ] 16:35 ] 0 comentários

 
eu uso óculos




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